45 minutos na calçada .

domingo, 30 de outubro de 2011
Bom, ao ponto de inicio, voltava eu do colégio , de barca. O sol parecia derreter minha cabeça, e como minha mãe nunca costumava demorar para me pegar na orla, encostei-me numa arvore. Neste dia justamente, mamãe teve um imprevisto , e demorou 45 minutos, suficientes esses para que eu coletasse inúmeras informações e dezenas de visualizações, em meio a varias observações. Sentei-me na calçada. Ao lado esquerdo da orla, passava uma mulher, (A dita figura personalizada do apelido que eu e minhas amigas denominamos “muquira”.) Usava um tope, um short curto sujo, e divertia-se com uma lata de coca cola na mão, ao som de um “arrocha” que tocava no bar do qual saia. Esta foi a primeira simples situação em que não pude deixar observar pelo simples fato,Ora, quais motivos teriam uma mulher como aquela para estar tão feliz? , encabulei-me de verdade. Ao lado esquerdo, uma velha senhora gritava ao rio “ Ele está dizendo que precisamos de políticas, que Petrolina não tem política, tampouco juazeiro!, onde estão os governantes?, cansei !”(isto é o que me recordo) . Na verdade seria normal para mim visualizar uma senhora supostamente desfavorecida das suas faculdades mentais gritando no meio da rua, mas aquela chamou minha atenção, porque além de um rico vocabulário, parecia estar conversando com alguém, parecia ouvir vozes , pois perguntava e respondia inúmeras coisas com expressões de quem comunicava-se.
Os quarenta e cinco minutos no sol passaram rápido, porque me veio na cabeça esse post. Talvez o leitor não tenha ao certo compreendido, mas o que quis dizer com as duas situações que observei naquela tarde foram : Primeiro, que temos tanto comparado a quem tem um short velho e uma coca-cola , e talvez não temos um terço da felicidade que tem aquela mulher. E segundo, até uma velha senhora supostamente louca tem mais consciência e vocabulário do que muita gente por ai, e isso me surpreendeu, de verdade mesmo.

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